Da Esquerda para Direita Prof. Lurdes, Mozart, e Ana Peixoto (Foto: Mozart Oliveira)
19/03/2018
O Programa
Revista Dominical que vai ao ar aos Domingos, das 07 às 09 horas da manhã, através
da Rádio da Família Princesa da Serra,
AM 830 khz, tendo como seu idealizador, e apresentador este ícone, e enciclopédia
viva do nosso Rádio brasileiro, Sr.
Mozart Fonseca de Oliveira, coadjuvado por sua digna consorte Professora Lurdes Oliveira. No programa
do ultimo domingo 18 de março, esteve presente para entrevista a cordelista Ana Peixoto, onde o tema em
foco foi o que você vai acompanha a seguir.
O titulo da
antologia já demostra o compromisso histórico em que esta se inscreve. Maria
DAS NEVES Batista Pimentel é o nome da primeira mulher cordelista de que se tem
registro. Sua Produção poética, que tem início em 1938, era assinado como o
nome de Altino Alagoano, seu esposo. O lançamento do dia 22 pontua o lapso de
setenta anos que separa dois momentos históricos distintos: O primeiro, em que
a mulher do cordel teve sua voz quase totalmente silenciada, mas cujos os ecos,
felizmente, chegaram até nossos dias; e o segundo, em que dezessete mulheres do
cordel lançam suas poderosas vozes e bradam aos quatro cantos do estado que
lugar de mulher é onde ela quiser, e elas querem o cordel.
Assim, a
Academia Sergipana de Cordel lança sua primeira publicação de 2018, orgulhosa
de ser a academia de cordel mais feminina do Brasil - atualmente, conta com
onze mulheres em seu quadro acadêmico, mas promete ampliar muito mas esse
número. Essa primeira antologia reitera a luta permanente das mulheres por
igualdade de condições e exalta seu talento e sua poesia.
De acordo
com a Presidente da ASC, Izabel Nascimento, esse lançamento no mês de março tem
um significado ainda maior. "No mês marcado pelo Dia Internacional da Mulher, o
nosso objetivo com a publicação é apresentar a vertente poética, não menos
forte nem menos importante, das mulheres. Todas as histórias retratadas no
livro são inspiradoras, e nada melhor do que o mês de março como palco desta
apresentação poética", afirma.
Lançamento
O lançamento
acontece no dia 22 de março, às 19h. no Clube da Caixa em Aracaju. O espaço é
aberto a todos os públicos.
Por Jorge
Henrique Vieira Santos - Membro da Academia Sergipana de Cordel.
Raciocínio
Em seu
raciocínio, Woolf (2014, p. 57) afirma que, mesmo não sendo reconhecidas como
autoras, muitas vezes eram as mulheres as transmissoras das lendas folclóricas,
contando-as para os seus filhos ou para outras mulheres com quem conviviam. Em
sua dissertação de mestrado, intitulada Mulheres
cordelistas: Percepções do universo feminino na Literatura de Cordel
(2006), a pesquisadora Doralice Alves de Queiroz faz uma afirmação em consonância
com a da escritora britânica.
Durante
muito tempo, os sentimentos, as visões do mundo, as aspirações femininas foram
recalcados na escrita, e, salvo algumas exceções, foi talvez na oralidade e no
âmbito doméstico que a voz feminina pôde dar sua contribuição artística e
poética. (QUEIROZ, 2006, P. 13).
Preliminarmente,
estas observações deixam bem claro que não só no Nordeste brasileiro, mas em todas as
sociedades patriarcais, as mulheres tiveram sempre que transpor barreiras,
quase intransponíveis em seus contextos, para adentrar no universo da escrita,
geralmente dominado pelos expoentes da arte de narrar. O fato é que elas não se
deixaram intimidar, embora muitas tenham
sido obrigadas a travestir a voz e o pensamento para galgar p primeiro
degrau, como ocorreu a muita mulheres repentistas e cordelistas no sertão
nordestino entre o final do século XX e começo do XXI.
2 De repente, mulheres no cordel e no
repente